Já li outras coisas escritas por Corey e a cada experiência eu sentia um misto de sentimentos, a maneira como autora trabalha o drama é perceptível a cada página, não há como sair da leitura sem se emocionar, não há como terminar uma obra de Corey sem sentir o coração pesar um pouquinho, amar nem sempre é uma tarefa fácil, mas poxa, precisa ser tão doloroso assim?
Não se deixe enganar por essa capa fofíssima, a autora não deixa essa história acontecer de forma tão gostosinha assim, esse é um drama jovem, mas que te comove como ninguém. Até onde a morte, luto e medo podem ser culpa de um grupo de pessoas?
Não se deixe enganar por essa capa fofíssima, a autora não deixa essa história acontecer de forma tão gostosinha assim, esse é um drama jovem, mas que te comove como ninguém. Até onde a morte, luto e medo podem ser culpa de um grupo de pessoas?
Lorna, Delilah,
Charlotte, Isla e seu irmão, Cruz, são amigos próximos, próximos mesmo, unha e
carne, moram na mesma rua, se entendem como ninguém e carregam traumas tão
únicos, mas que de algum modo acaba unindo-os. Acontece que essa rua em
especial carrega um tipo de maldição, há uma concentração exacerbada de viúvas
ali, nenhuma mulher que mora ali deve se apaixonar, caso isso aconteça, seu
amado provavelmente sofrerá as consequências com isso, mas até onde isso é puro
misticismo? Como Angelika, uma senhora tão velhinha, pode estar tão certa
disso? Quando Jake, o namorado de uma das garotas dessa rua se acidenta, tudo
isso vem a ser questionado, será que realmente verdade?
Não tem um livro dessa mulher que não mexa com o meu emocional, de verdade! A maneira tão despretensiosa que Corey escreve é o que acaba nos cativando, os personagens são sempre jovens, tão doces e sinceros que você acaba se afeiçoando facilmente, gostando de graça, o ponto nesse tipo de narrativa é totalmente diferente, não há nenhum tipo de plot que te deixa sem fôlego, aqui tudo flui numa calmaria que te machuca a cada página, cada trecho é recheado de tanta dor, tanto sentimento, tanto pesar que você não consegue deixar de se emocionar.
As mulheres da rua Devonairre são conhecidas pelos longos cabelos entre outras características, e apesar de Lorna ser a jovem mais cética do grupo, pouco a pouco ela passa a reavaliar essa maldição toda, principalmente quando Delilah, que faz parte de seu grupo se apaixona, tudo muda de modo bastante considerável, mas algo acontece e a maldição volta a reverberar ao redor de todos dessa rua, e novamente mais dor volta a rondar esse grupo.
“Na maior parte das vezes, somos uma piada. Uma lenda urbana engraçada que é desacreditada, usada como anedota ou mencionada como parte do charme do bairro. As pessoas reviram os olhos e perguntam por que damos a uma lunática como Angelika tanto poder. Então perguntam se já medimos nosso cabelo. Pegam a chave em volta de nosso pescoço e a seguram nas mãos, esquecendo que estão ligadas a pessoas de verdade.”
Não há como delimitar a maneira como essa obra é narrada, não há como explicar maneiras tão significativas para a dor unir o grupo, não há meios de demonstrar porque o que é diferente nos chama tanto a atenção que acabamos desumanizando os outros, não há como não se sensibilizar com esse grupo sem pensar como chegaram até ali. O cuidadoso despir do amor é uma história única, sobre temas tristes e que fazem respirar com pesar na maioria das vezes, mas ainda assim é uma narrativa que te apresenta uma bela lição moral, te faz refletir sobre a menor das coisas e te torna uma pessoa ainda melhor. Uma história dolorosa sobre o morrer mas acima de tudo sobre união.

Título: Cuidadoso despir do amor
Autora: Corey Ann Haydu
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 266
Sinopse: "Lorna, Delilah, Charlotte, Isla e seu irmão, Cruz, são tão íntimos que por vezes se sentem como uma pessoa só. Cresceram na mesma rua do Brooklyn, em Nova York, celebram seu aniversário no mesmo dia e o mesmo atentado tornou-os órfãos de pai. Mas, acima de tudo, o que os une é que se recusam a acreditar na Maldição que ronda a rua Devonairre. Conta Angelika, sua velha vizinha, que aqueles por quem uma garota da rua Devonairre se apaixona morrem. Prova disso são as incontáveis viúvas que ali vivem. Para proteger aos homens e a si mesmas, as jovens da rua devem se identificar pelos cabelos longos, as chaves penduradas no pescoço, as roupas de lã... e ser minuciosamente examinadas pela idosa, em busca do menor sinal de amor. Os amigos não têm medo, e Delilah parece ser a primeira a experimentar a sensação. Mas quando seu namorado, Jack, é atropelado, eles começam a questionar se amar é um direito seu."*EXEMPLAR CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA.