Oi, você! Você mesma, que é
mulher e já se decepcionou com um homem... essa resenha é pra você! Porque
nesse livro a comediante Blythe Roberson vai te explicar exatamente como é
possível sair com homens e amar homens mesmo sendo uma mulher feminista que
deveria ODIAR os homens por tudo o que eles já fizeram e ainda fazem com as
mulheres. E ela justifica, parafraseando Mary Poppins, que “apesar de adorar
homens enquanto indivíduos, acredito que como grupo eles estão oprimindo as
mulheres”.

O livro é escrito com altas
doses de humor e ironia, então é ideal para quem levou um pé na bunda, para
quem está sofrendo por amor, e para quem deseja entender como é possível que um
único cara possa te fazer sentir a pessoa menos amável do planeta. Por que é
isso que o machismo faz com as mulheres: faz elas se sentirem inferiores,
feias, burras, inimigas umas das outras... e aí nós perdemos tanto tempo
tentando resolver esses problemas, que não sobra energia pra resolver o que
realmente importa, pra viver, pra reivindicar direitos e melhorias nesse mundo
que tanto nos oprime.

Tem capítulo sobre ser
solteira, sobre casamento, sobre redes sociais, e muitos comentários sobre os
padrões de beleza, sobre a falta de liberdade sexual, sobre as mulheres estarem
sempre tentando agradar homens que nunca se agradam com as mulheres. E tudo
isso repleto de indicações de textos feministas, de outros livros e muitos
filmes que abordam o quanto o amor é difícil para as mulheres – por falar
nisso, você já assistiu “Ele não está tão
afim de você”?
Mas se engana quem pensa que o
livro vai ser uma auto-ajuda com pouco conteúdo. A autora não traz fórmulas
prontas, ela parece estar conversando com a leitora para que JUNTAS seja
possível descobrir alternativas. E essas alternativas consistem justamente em
mudar a forma das mulheres de se relacionar com os homens, principalmente
tirando a grande importância que a gente costuma dar para os relacionamentos
amorosos. Também não tem nada a ver com pensar que “você pode ser feliz
sozinha!”, porque não é nada disso que a Blythe defende. Pelo contrário, tem um
capítulo imenso falando pra termos um montão de crushs, pois quanto mais a
gente se apaixona e vive VÁRIOS romances, menos tempo a gente tem pra idealizar
um homem só e mais difícil ainda é a gente se decepcionar com ele.
No fundo, me parece que o
livro é um grande mantra de “apaixone-se por você mesma”, mas faça isso
enquanto se apaixona por outras pessoas, por homens, por lugares, por
possibilidades. E, sempre que tiver a oportunidade, mostre que você é tão [ou
mais] poderosa do que eles.
Título: Como sair com homens quando você odeia
homens.
Autora: Blythe Roberson
Editora: Galera Record
Nº de página: 286
Sinopse: Às vezes um encontro não é apenas um encontro...Será que no
menu daquele inofensivo jantar romântico a autonomia e a personalidade que você
fortaleceu com muita teoria feminista e ativismo não estão sendo servidas de
bandeja para o patriarcado? Como se já não fosse suficientemente difícil
definir se aquele barzinho com o crush caracteriza um encontro, vivemos em uma
sociedade em que o relacionamento entre homens e mulheres é mais vantajosos
para eles – a ciência comprova, mas todas nós já sabíamos disso! Reunindo toda
a experiência adquirida em anos de solteirice, saindo com homens e assistindo
incontáveis vezes a Mens@gem para você, a comediante Blythe Roberson oferece
este bem-humorado ensaio filosófico sobre mulheres que saem com homens, mesmo
sem gostar tanto assim deles. As histórias de Blythe são excelente companhia
para atravessar o campo minado por boys lixo dos relacionamentos
contemporâneos.
*Exemplar cedido em parceria com a editora.